Encontros temáticos


Desenvolvimento do 1º Encontro (para este encontro serão necessárias 2 horas):

  1. Abertura: boas-vindas ao grupo. Iniciando o encontro com a leitura de trechos de um texto interessante e pertinente,”Milho de Pipoca” de Rubem Alves[i]. Solicita-se aos alunos manifestarem-se em relação ao texto.
  2. Apresentação: pede-se aos alunos que se apresentem e digam quais seus interesses: o objetivo é conhecer melhor cada participante e seu universo com a leitura.
  3. Apresentação do projeto e seus objetivos aos alunos, pedindo que comentem sobre esses objetivos e conteúdos com o intuito de confrontar as opiniões.
  4. Perguntas ao grupo sobre o que aprecia ler, quais as leituras inesquecíveis e prazerosas, quais deixaram um gosto amargo ou foram incompreensíveis, as obrigatórias, entre outros. O objetivo é colocar o hábito da leitura em pauta e dar a oportunidade de os alunos compartilharem suas experiências.
  5. Conversa sobre leitura: um bate-papo informal sobre as vantagens e importância de se adquirir o hábito da leitura. Fala-se sobre o poder da abstração, sobre as ligações sinápticas e sua ligação com a leitura, como se a leitura fosse uma “Academia de ginástica de neurônios”.
  6. Resgate/ renascimento: apresentar a “Caixa de Surpresas” com livros infantis e caleidoscópios (1 para cada participante). O intuito ao ler esses livros infantis é resgatar reminiscências prazerosas da infância, abrir os canais emotivos e gerar bem-estar no grupo.
  7. A manipulação do caleidoscópio dá um caráter lúdico ao encontro, uma vez que o foco aqui é além do resgate, a criatividade, que só pode se dar com o desenvolvimento da ludicidade.
  8. Roda de Leitura: texto infantil – “Por que o morcego só voa de noite” (in. Histórias africanas para contar e recontar de Rogério Andrade Barbosa).
  9. Dinâmica: participantes dão depoimento de uma lembrança feliz de sua infância.
  10. Citação de uma interessante e rápida passagem sobre personalidades e seus hábitos de leitura – Gran Vizir da Pérsia[ii]
  11. Encaminhamento ao livro: apresentar a “Caixa de Livros Juvenis” e “Caixa Estante do SESI” (parceria SESI do Catumbi) e Caixa de Livros da Biblioteca Hans Christian Andersen (parceria) – livros juvenis. Nessa etapa solicita-se que o participante encontre um livro para iniciar sua leitura naquele exato momento, e, levá-lo para casa, juntamente com um marca-páginas do projeto.

 

Desenvolvimento do 2º Encontro:

1.      Abertura: boas-vindas ao grupo.

2.      Retomada do encontro anterior: solicitação aos alunos que falem sobre o livro escolhido e lido e suas experiências nesse sentido.

3.      Leitura de “Ipês amarelos” de Rubem Alves[iii].

4.      Outras leituras: livros que viraram filmes.

5.      Dinâmica: diversificar a leitura com imagens. Mostrar imagens aos alunos e solicitar que leiam essas imagens. O objetivo é fazer com que os alunos exponham os próprios saberes e a identificação da multiplicidade de ideias e sentimentos.

6.      Tema do encontro: textos de tradição oral - apresentação de Parlendas e Trava-línguas. Solicitar que os alunos leiam os trava-línguas.

7.      Roda de Leitura: contos de assombração. Leitura de “A casa assombrada”, conto de tradição oral brasileiro, recontado por Maria Alice Armelim e “Maria Angula”, conto de tradição oral do Equador. Solicitar aos alunos que exponham alguma história ou lenda urbana conhecida por eles.

8.      Entrega do marca-páginas “Bula de remédio Ler-nondóid”[iv] da autoria da bibliotecária Sueli Bortolin.

9.      Encaminhamento ao livro: solicita-se ao participante encontrar outro livro para sua leitura.

 

Desenvolvimento do 3º Encontro:

  1. Abertura: boas-vindas ao grupo.
  2. Retomada do encontro anterior: solicitação aos alunos que falem sobre o livro escolhido e lido e suas experiências nesse sentido.
  3. Outras leituras: diversificar a leitura com música – Dinâmica: “Leitura de Orelha”. Os alunos ouvem 2 músicas escolhidas previamente e são solicitados a ler as palavras, interpretá-las em grupo, traçando as semelhanças e diferenças entre elas. Para alunos mais jovens, utilizamos as músicas “Pais e filhos” do Legião Urbana e “Dias melhores” do Jota Quest e para alunos mais maduros, “Morro velho” de Milton Nascimento e “Dias melhores” de Jota Quest. O objetivo é fazer com que os alunos exponham os próprios sentimentos e a identificação da multiplicidade de sensações do ser humano mediante as mensagens cantadas.
  4. Tema do encontro: poesia. Roda de Leitura: poema “O buraco do tatu”  in 111 poemas para crianças, de Sérgio Caparelli e leitura de um livro de poemas: “Anúncios amorosos dos bichos” de Almir Correia.
  5. Confronto de poemas entre “Monte Castelo” de Legião Urbana, o “Soneto IV de Camões e trecho da “Carta de Paulo aos Corinthos” da Bíblia. Solicitação aos alunos que se manifestem em relação às mensagens desses poemas. Outros autores: César Veneziani e Fernando Pessoa.
  6. Exercício de escrita: propor aos alunos que eles criem um poema a partir de uma palavra ou frase ou evento de sugestão de um aluno. Essas poesias poderão ser em grupo e depois são expostas em nosso “Varal de Textos & Traços”.
  7. Encaminhamento ao livro: apresentação da “Caixa de Poemas”. Solicita-se ao participante encontrar outro livro para sua leitura e emprestá-lo, juntamente com um marca-páginas do projeto, com um pequeno texto do autor Isaac Asimov.
  8. Tirar fotos dos grupos de alunos, separadamente.

 

Desenvolvimento do 4º Encontro:

  1. Abertura: boas-vindas ao grupo e retomada do encontro anterior: solicitação aos alunos que falem sobre o livro escolhido e lido e suas experiências nesse sentido.
  2. Leitura dos Dados do INAF – falar sobre conceitos de analfabetismo funcional e dar dados do Censo sobre o tema.
  3. Dinâmica – “Leitura invertida”: grupos criarão um texto baseado em imagens de alguns Livros sem palavras, entre eles “O cântico dos cânticos” de Ângela Lago. O objetivo é fazer com que os alunos percebam que tudo no mundo pode e deve ser lido para ser compreendido; que o objeto não se esgota quando há várias cabeças pensantes e a troca de experiências.
  4. Tema do encontro: histórias com humor. Observações sobre Aristóteles sobre o humor. Rodas de leitura: textos: “Defenestração” (in O analista de Bagé) e “De ressaca” (in A mesa voadora) de Luís Fernando Veríssimo.
  5. Entrega do marca-páginas com fotos das turmas participantes: Oficina de Leitura – Eu participei!
  6. Encaminhamento ao livro: solicita-se ao participante encontrar outro livro para sua leitura e emprestá-lo.
  7. Antes de dar por encerrado os encontros do projeto, propõe-se uma pronunciação dos envolvidos, uma pequena avaliação, completando as três frases seguintes:
    1. Eu acho que o projeto foi...
    2. Eu acho que o projeto deveria ser...
Eu quero sugerir os seguintes livros para o acervo...


[i] Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho para sempre” por Rubens Alves, Extraído do livro "O amor que acende a lua".
 Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo, fica do mesmo jeito a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosa. Só que elas não percebem e acham que seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos: a dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, o pai, a mãe, perder o emprego ou ficar pobre. Pode ser fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão ou sofrimento, cujas causas ignoramos.
Há sempre o recurso do remédio: apagar o fogo! Sem fogo o sofrimento diminui. Com isso, a possibilidade da grande transformação também.
Imagino o que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro cada vez mais quente, pensa que sua hora chegou: vai morrer. Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar um destino diferente para si. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada para ela. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo a grande transformação acontece: BUM! E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente, algo que ela mesma nunca havia sonhado.
Bom, mas ainda temos o piruá, que é o milho de pipoca que se recusa a estourar.
São como aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar.
Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem.
A presunção e o medo são a dura casca do milho que não estoura.
No entanto, o destino delas é triste, já que ficarão duras a vida inteira.
Não vão se transformar na flor branca, macia e nutritiva.
Não vão dar alegria para ninguém.
 
[ii] “No século x, por exemplo, o grão-vizir da Pérsia, Abdul Kassem Ismael, para não se separar de sua coleção de 117 mil volumes quando viajava, fazia com que fossem carregados por uma caravana de quatrocentos camelos treinados para andar em ordem alfabética“. O trecho que segue foi extraído do livro Uma História da Leitura, do escritor argentino Alberto Manguel.
[iii] Os ipês-amarelos  - Rubem Alves
 Uma professora me contou esta coisa deliciosa. Um inspetor visitava uma escola. Numa sala ele viu, colados nas paredes, trabalhos dos alunos acerca de alguns dos meus livros infantis. Como que num desafio, ele perguntou à criançada: "E quem é Rubem Alves?". Um menininho respondeu: "O Rubem Alves é um homem que gosta de ipês-amarelos...". A resposta do menininho me deu grande felicidade. Ele sabia das coisas. As pessoas são aquilo que elas amam.
Mas o menininho não sabia que sou um homem de muitos amores... Amo os ipês, mas amo também caminhar sozinho. Muitas pessoas levam seus cães a passear. Eu levo meus olhos a passear. E como eles gostam! Encantam-se com tudo. Para eles o mundo é assombroso. Gosto também de banho de cachoeira (no verão...), da sensação do vento na cara, do barulho das folhas dos eucaliptos, do cheiro das magnólias, de música clássica, de canto gregoriano, do som metálico da viola, de poesia, de olhar as estrelas, de cachorro, das pinturas de Vermeer (o pintor do filme "Moça com Brinco de Pérola"), de Monet, de Dali, de Carl Larsson, do repicar de sinos, das catedrais góticas, de jardins, da comida mineira, de conversar à volta da lareira.
 Diz Alberto Caeiro que o mundo é para ser visto, e não para pensarmos nele. Nos poemas bíblicos da criação está relatado que Deus, ao fim de cada dia de trabalho, sorria ao contemplar o mundo que estava criando: tudo era muito bonito. Os olhos são a porta pela qual a beleza entra na alma. Meus olhos se espantam com tudo que veem.
Sou místico. Ao contrário dos místicos religiosos que fecham os olhos para verem Deus, a Virgem e os anjos, eu abro bem os meus olhos para ver as frutas e legumes nas bancas das feiras. Cada fruta é um assombro, um milagre. Uma cebola é um milagre. Tanto assim que Neruda escreveu uma ode em seu louvor: "Rosa de água com escamas de cristal...".
 Vejo e quero que os outros vejam comigo. Por isso escrevo. Faço fotografias com palavras. Diferentes dos filmes, que exigem tempo para serem vistos, as fotografias são instantâneas. Minhas crônicas são fotografias. Escrevo para fazer ver.
Uma das minhas alegrias são os e-mails que recebo de pessoas que me confessam haver aprendido o gozo da leitura lendo os textos que escrevo. Os adolescentes que parariam desanimados diante de um livro de 200 páginas sentem-se atraídos por um texto pequeno de apenas três páginas. O que escrevo são como aperitivos. Na literatura, frequentemente, o curto é muito maior que o comprido. Há poemas que contêm todo um universo.
Mas escrevo também com uma intenção gastronômica. Quero que meus textos sejam comidos pelos leitores. Mais do que isso: quero que eles sejam comidos de forma prazerosa. Um texto que dá prazer é degustado vagarosamente. São esses os textos que se transformam em carne e sangue, como acontece na eucaristia.
Sei que não me resta muito tempo. Já é crepúsculo. Não tenho medo da morte. O que sinto, na verdade, é tristeza. O mundo é muito bonito! Gostaria de ficar por aqui... Escrever é o meu jeito de ficar por aqui. Cada texto é uma semente. Depois que eu for, elas ficarão. Quem sabe se transformarão em árvores! Torço para que sejam ipês-amarelos...
 
[iv] LER-NONDÓID - Ácido poliestimúlicoplural (Pomada e Gel)
Apresentação: bisnagas com 20 e 40g - Uso pediátrico e adultos
Composição: Cada grama de pomada ou gel contém:
Ácido polincentivador.....................................3 mg
Informação ao paciente: O medicamento deve ser mantido em lugar perto do alcance do paciente. Após usá-lo mantenha a bisnaga bem fechada para evitar perda do produto. O prazo de validade do produto é eterno. O emprego de Ler-nondóid tem por finalidade reduzir o desânimo para a leitura, a vermelhidão causada pela alergia de livros e demais suportes de leitura. Caso apareça alguma reação na pele, fale com um bibliotecário, pois você precisa de mais leituras. "Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças, exceto este."
Informações Técnicas
Ler-nondóid contém como substância ativa o ácido polincentivador com propriedades farmacológicas específicas para terapêutica de leitura.
Indicações
Ler-nondóid é especialmente apropriado para o alívio dos casos crônicos de pacientes com anemia e anorexia por leitura. É recomendado sua aplicação nas barrigas das gestantes, objetivando estimular o bebê para leitura, desde a mais tenra idade.
Precauções: Com base em experiências anteriores, não se recomenda o uso de Ler-nondóid em bibliófilos e demais pacientes viciados em leitura.
Reações Adversas: Ainda não são conhecidas a intensidade e freqüência das eventuais reações adversas, exceto que este pode provocar um desejo incontido em ler.
Modo de usar: Espalhar 1 a 2g (5 a 10cm) de Ler-nondóid atrás da orelha, praticando fricções suaves até o desaparecimento do produto, várias vezes ao dia.
Reg. MS 0000.0000
Farm. Resp. Sueli Bortolin
CRF PR 0000
Lote, data de fabricação e validade: vide cartucho
Fabricado por: Bortolin Produtos Literários, Rua comandante Rhul, 260 Jd. Califórnia
86.040-050 - Londrina – PR, C.G.C.: 00.000.000/0000-00, Indústria Brasileira
 

Um comentário:

  1. Oláááá. olha só que coincidência maravilhosa. Pesquisando sobre o SESI do Catumbi, olha onde vim parar!! :)))) um abraço

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